Ode ao Salgueiro Caído
sem vontade nem sorrir
espelhos distantes a saudar
o adeus ao primeiro
com beijos de voltar
e ligeiro o segundo
com promessas sem fim
de terra estranha
estranho o mundo sem mim
tropeças a cada zero
sentimento tenaz
palpitas entre curvas
tal como um bom rapaz
do tom ao silêncio
sem escalas de marfim
esmagar gente devagar
numa ausência assim
não é liberdade
mas sim como não
se me cortas as asas
não me levanto do chão
devagar eu corro
em terra abandonada
sem mim és miséria
sem mim vales nada
do tom ao silêncio
mas sim como não
de matar gente assim
vai longa a procissão
não é liberdade
amor apenas sim
se me cortas as asas
num mundo assim
e ligeiro o segundo
com promessas sem fim
de terra estranha
estranho o mundo sem mim
devagar eu sopro
da flauta abandonada
sem mim és miséria
sem mim vales nada.
terça-feira, 28 de junho de 2011
quinta-feira, 31 de março de 2011
Strings of Blue
A minha primeira incursão musical, em qualquer
instrumento ou mesmo num piano irreal. Para ouvir em phones.
http://www.virtualpiano.net/
terça-feira, 29 de março de 2011
Diabos que espreitam
mestres sem dono
da oportunidade evidente
negoceias em entrelinhas
um olhar indiferente
assim a ilusão
da cauda ao focinho
com dentes agudos
no mesmo sorriso
coiote aparente
por verde e areias
um espelho meu
tudo em mim vagueias
não minto mais
a um destino presente
também eu mafarrico
sem mim será ausente.
da oportunidade evidente
negoceias em entrelinhas
um olhar indiferente
assim a ilusão
da cauda ao focinho
com dentes agudos
no mesmo sorriso
coiote aparente
por verde e areias
um espelho meu
tudo em mim vagueias
não minto mais
a um destino presente
também eu mafarrico
sem mim será ausente.
quarta-feira, 23 de março de 2011
In vitro
em candeias magras o horizonte / ele pede-me com sal nem cor
grita em lá e chora em alegria / a solidão perversa da dor
veio devagar a promessa / a ritmo lento o futuro
em madrugada si sincera / perdida no vale escuro
tudo oferece e dó desespera / apenas luz no fundo
o sonho em amarras soltas / da alma outro mundo
e retorna o mar calado / meu sol ouve também
o canto vestido em notas / mi possui e nada contêm.
grita em lá e chora em alegria / a solidão perversa da dor
veio devagar a promessa / a ritmo lento o futuro
em madrugada si sincera / perdida no vale escuro
tudo oferece e dó desespera / apenas luz no fundo
o sonho em amarras soltas / da alma outro mundo
e retorna o mar calado / meu sol ouve também
o canto vestido em notas / mi possui e nada contêm.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Torga revisitado
Rôm
Ele estremece despercebidamente, as orelhas vibram com sons mudos do ser, a espiral surge na ponta escura. O pacto foi uma vez mais feito presente, um mundo de emoções subjectivas ao pequeno vocábulo, não o conjunto de letras ou outro elemento formal, mas uma tonalidade surda que nos orienta. Da falsa onomatopeia surge a ternura partilhada, numa palavra que nos devolve e recria emoções com promessas de futuro, conforto, de estar e ser, juntos somos avatares e espectadores desta vida hidrogenada. Não os define o substantivo, não funciona assim. Para ele, apenas esse compromisso, essa metade do acordo que me caracteriza mais a mim do que a sua omnipresença. Será confuso e doloroso um castigo assim, o pau transvestido de cenoura, a aliança negada. Somos tão orgânicos com o inho, e tão cegos e surdos como o nosso egoismo. Mas ele tem sorte e feitio que manifesta com liberdade e delicadeza em presas suaves, muito depois ser apenas gato feio, a mais suave das mentiras.
E novamente por breves instantes, ambos nos tornamos Rôm.
Ele estremece despercebidamente, as orelhas vibram com sons mudos do ser, a espiral surge na ponta escura. O pacto foi uma vez mais feito presente, um mundo de emoções subjectivas ao pequeno vocábulo, não o conjunto de letras ou outro elemento formal, mas uma tonalidade surda que nos orienta. Da falsa onomatopeia surge a ternura partilhada, numa palavra que nos devolve e recria emoções com promessas de futuro, conforto, de estar e ser, juntos somos avatares e espectadores desta vida hidrogenada. Não os define o substantivo, não funciona assim. Para ele, apenas esse compromisso, essa metade do acordo que me caracteriza mais a mim do que a sua omnipresença. Será confuso e doloroso um castigo assim, o pau transvestido de cenoura, a aliança negada. Somos tão orgânicos com o inho, e tão cegos e surdos como o nosso egoismo. Mas ele tem sorte e feitio que manifesta com liberdade e delicadeza em presas suaves, muito depois ser apenas gato feio, a mais suave das mentiras.
E novamente por breves instantes, ambos nos tornamos Rôm.
sábado, 19 de março de 2011
Meu amor
Os olhos arrefecem
quando em ti sonho
travam fundo e temem
um fugaz retorno
um reflexo cinzelado
corvos que cantam
em pasto gelado
Nunca me abandonaste
e quando te reencontrar
também ausente
perco novamente
mesmo sem poder lutar
Asas negras do meu amor
como um abraço longo
tudo em mim vai voltar
porque se de ti me esqueço
enfim,
talvez não queira regressar.
quando em ti sonho
travam fundo e temem
um fugaz retorno
um reflexo cinzelado
corvos que cantam
em pasto gelado
Nunca me abandonaste
e quando te reencontrar
também ausente
perco novamente
mesmo sem poder lutar
Asas negras do meu amor
como um abraço longo
tudo em mim vai voltar
porque se de ti me esqueço
enfim,
talvez não queira regressar.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Dienekes
E com o verbo se fez luz da sombra, antes que o tempo fuja.
De 300 ou 100 razões, apenas uma é verdadeiramente honesta, faço-o por mim. Para falar de tudo, o mundo começa em mim e assim encontrará o seu termo. Mas nada tenho de meu, não possuo nem as minhas imagens, nem as minhas decisões.
Assim partilhamos e testemunhamos a realidade que não existiria sem nós, e sem todas as outras faces portadoras de um cortéx desenvolvido.
Como um roaz ou um corvo, isto é o meu espelho onde me reconheço, sem qualquer acordo ortográfico.
Dienekes pelo seu sacrifício, generosidade ou pragmatismo, sentido de humor ou apenas loucura.
Voltarei em breve.
De 300 ou 100 razões, apenas uma é verdadeiramente honesta, faço-o por mim. Para falar de tudo, o mundo começa em mim e assim encontrará o seu termo. Mas nada tenho de meu, não possuo nem as minhas imagens, nem as minhas decisões.
Assim partilhamos e testemunhamos a realidade que não existiria sem nós, e sem todas as outras faces portadoras de um cortéx desenvolvido.
Como um roaz ou um corvo, isto é o meu espelho onde me reconheço, sem qualquer acordo ortográfico.
Dienekes pelo seu sacrifício, generosidade ou pragmatismo, sentido de humor ou apenas loucura.
Voltarei em breve.
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