Ode ao Salgueiro Caído
sem vontade nem sorrir
espelhos distantes a saudar
o adeus ao primeiro
com beijos de voltar
e ligeiro o segundo
com promessas sem fim
de terra estranha
estranho o mundo sem mim
tropeças a cada zero
sentimento tenaz
palpitas entre curvas
tal como um bom rapaz
do tom ao silêncio
sem escalas de marfim
esmagar gente devagar
numa ausência assim
não é liberdade
mas sim como não
se me cortas as asas
não me levanto do chão
devagar eu corro
em terra abandonada
sem mim és miséria
sem mim vales nada
do tom ao silêncio
mas sim como não
de matar gente assim
vai longa a procissão
não é liberdade
amor apenas sim
se me cortas as asas
num mundo assim
e ligeiro o segundo
com promessas sem fim
de terra estranha
estranho o mundo sem mim
devagar eu sopro
da flauta abandonada
sem mim és miséria
sem mim vales nada.